domingo, 23 de fevereiro de 2014
Divagando: Minha história de unha encravada
Não tem nada de fofo nesse post, já aviso. Resolvi contar aqui minha história com um problema que tive por 10 anos, sim 10 anos de unhas encravadas. A maioria das pessoas não acha que isso seja um grande problema, mas por experiência própria eu posso afirmar que unha encravada é MUITO sério.
Tudo começou lá pelos meus 12 anos, e como toda adolescente normal eu gostava dos meus pares de all star. Ia pro colégio de manhã e depois fazia curso de inglês à tarde, passava boa parte dos meus dias de tênis. Percebi que meus dedos estavam ficando inchados e doloridos, mas não dei tanta importância, aparei as unhas como sempre fazia e continuava minha rotina normalmente. Com o tempo eu começava a sentir dores ao andar, e a inflamação foi ficando mais séria, foi quando percebi que minhas unhas estavam encravadas.
"Coloca os dedos na água quente com sal."
"Coloca os dedos na água com vinagre."
"Deixa ela crescer que ela vai sair do cantinho."
"Coloca os dedos na água quente e depois na água gelada."
Fazia tudo o que me indicavam, mas nada adiantava. Meus dedos só pioravam a cada dia e no meu colégio não aceitavam ninguém usando chinelos. Mesmo falando do meu problema ninguém dava a mínima, por achar que é uma coisa que acontece com todo mundo.
A inflamação virou uma carne esponjosa feia e dolorosa. Um ano se passou, entrei pro ensino médio e mudei de colégio, lá eles deixavam que eu usasse chinelos e isso aliviava um pouco minha vida. Me indicaram uma manicure que diziam ser ótima em desencravar unhas, e lá fui eu. Quanta dor! Sério, eu chorei, sofri... e a unha não melhorou. Ela ficou ainda pior. Fui em dermatologistas que me receitaram uma série de antibióticos que prejudicaram minha saúde e não resolveram o problema. Mais um ano havia terminado.
Resolvi então começar do zero, fui num cirurgião e arranquei as unhas.
Minha recuperação foi muito rápida, a nova unha crescia rápido e em poucos meses ela já havia crescido totalmente... e encravado de novo.
Eu chorei. Muito. Achei que tinha me livrado de um problema e ele me volta firme e forte. Me indicaram uma podóloga, nunca havia ouvido falar nisso mas marquei uma consulta porque não tinha nada a perder.
Me senti segura no tratamento, finalmente alguém que entendia meu problema. Ela me explicou que o formato das minhas unhas contribuía pra que elas crescessem sempre pra dentro dos meus dedos. É genético, algumas pessoas na minha família tiveram o mesmo problema, só que menos grave.
Finalizei o tratamento, fiz tudo corretamente, minhas unhas estavam curadas mas não por muito tempo.
Elas voltaram a encravar, eu voltei na podóloga, e isso se repetiu por quase 6 anos.
Eu já estava com problemas de coluna de tanto pisar errado pra não sentir tantas dores enquanto ando. Tive problemas de má circulação nas pernas por esse motivo também. Já estava totalmente prejudicada fisicamente e psicologicamente, morria de vergonha de mostrar meus dedos, nunca mais saí com eles descobertos, gastei uma grana com micropore. Saía na rua e achava que todos estavam olhando pros meus pés. Quando alguém chegava na minha casa sem avisar e eu não tinha tempo de cobrir meus dedos, percebia que as pessoas ficavam assustadas com o aspecto repugnante que meus dedos tinham.
Depois de muitos tratamentos sem sucesso, minha podóloga (é tanto tempo que já a chamo de minha) disse que meu caso era crônico e que o tratamento dela seria apenas paliativo, o problema sempre voltaria.
Eu não acredito que ela demorou 6 anos pra me dizer isso, mas antes tarde do que nunca.
Ela me indicou uma dermatologista que faria uma cauterização nos cantos dos meus dedões.
E lá fui eu fazer a bendita cauterização, a médica me cobrou um preço absurdo pra cada canto da unha, e nos dois dedos. Quis fazer em apenas um canto, se funcionasse faria no resto. Não gostei nem um pouco do modo como ela me tratou, ela quase me chamou de fresca e ficava insinuando que era um problema simples. Ela aplicou um ácido no canto do meu dedo, e seria menos triste se ela não economizasse na anestesia e eu voltasse pra casa chorando de dor.
Resultado: nada resolvido.
É, nada resolveu meu problema e eu continuava com os dedões horrorosos. Eu já cogitava em fazer uma cirurgia pra cortar os dedos, já não ligava mais em perder um pedacinho do meu corpo se isso me proporcionasse uma qualidade de vida melhor e sem dor. Queria poder ir na piscina sem correr riscos de infecção. Queria usar as sapatilhas e os sapatos bonitos que tenho guardados há tanto tempo. Queria correr, dançar ou andar num lugar lotado sem medo de ninguém pisar nos meus pés. Queria levar uma vida normal.
Mês passado eu reclamava minhas dores pra minha mãe, então ela teve a ideia de ligar pra uma prima nossa que é médica, talvez saber se ela conhecia algum médico que pudesse ajudar. Ela disse que conhecia uma médica que era muito procurada por fazer cirurgias desse tipo. Já estava bem receosa em relação à novas cirurgias, mas decidi arriscar. No último dia 12 eu acordei cedo e fui pra outra cidade, razoavelmente longe daqui, pra me consultar com a tal médica. Me surpreendi, ela me disse que faria o procedimento no mesmo dia se eu quisesse, e nos dois dedos! Eu aceitei na hora, mas depois fiquei pensando o quão doloroso seria.
Mas eu fui meio kamikaze e me joguei na cirurgia. Eu esqueci de comentar que o dedo do pé é um dos piores lugares pra levar anestesia. Pois é, foi uma dor louca, mas eu já tenho experiência nesse ramo. Ela arrancou minhas duas unhas, mas dessa vez ela usou um objeto parecido com um estilete e fez um corte na altura da raíz da unha, em todos os cantos. Ela tirou pequenos pedacinhos de unha desses cantos. Eram os pedacinhos da raíz, o objetivo é que os cantos nunca mais cresçam com isso. Tendo em vista que todas as pessoas que fizeram esse procedimento com ela não voltaram a ter unhas encravadas, eu tô botando fé.
Estou me recuperando, a cicatrização está sendo rápida, mas os dedos estão muito sensíveis e vão ficar assim por um tempo ainda.
Eu espero de coração que nesse texto tenha alguma informação que possa ajudar se você tem esse problema, ou se conhece alguém sofrendo com isso. Unha encravada é coisa séria e deve ser tratada como tal, não acredite em receitas caseiras ou na manicure do bairro que desencravou a unha da fulana, cada caso é um caso. Não mostrei nenhuma foto dos meus dedos doentes aqui porque é constrangedor pra mim, mas quem sabe daqui alguns meses posso fazer uma atualização desse post mostrando meus dedinhos novos?
Se você tem alguma história parecida ou alguma dúvida, pode deixar nos comentários, vou ficar feliz em saber de vocês :3
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Cara acredite eu li tudo!
ResponderExcluirPense numa porra chata é a tal da unha encravada né?
Eu nunca tive assim dessa maneira que você teve, nossa, é muito chato.
E putz! 6 anos pra médica te dar um diagnóstico? Ela bancava as parcelas do consultório com seu dinheiro amiga, hahahah
Espero de verdade que você se recupere logo e que seus sapatos guardados a tanto tempo, possam sair e dar uma voltinha por ai.
Bjs, melhora!
detudoumpouco28.blogspot.com
Obrigada por ler! Pois é, longos anos de sofrimento, mas eu acho que agora tô no caminho certo.
ResponderExcluirBeijinhos :3